domingo, 11 de janeiro de 2009

Karl Marx: Breve Resenha ( Parte II de II)

O Manifesto Comunista

No Manifesto, Marx e Engels descreveram um processo histórico pelo qual o mercado perdia todas as identidades historicamente desenvolvidas, incluindo as hereditariedades do estatuto, nação e religião. Mas o resultado desta libertação era a redução da maioria das pessoas ao estatuto da comunidade, a sua liberdade legal, que era uma cobertura para o seu real destino como objecto de forças de mercado. A liberdade debaixo destes meios de circunstâncias significava uma nova escravidão na qual o indivíduo tem menos controlo sobre o seu tempo e o seu corpo. Para Marx, esta decomposição de identidades tradicionais pelo mercado era um desenvolvimento positivo, pois rasgou os véus da ilusão representados pela convicção religiosa e a força do costume, deixando os homens e mulheres ver as suas reais identidades, como membros da classe dos trabalhadores oprimidos, ou seja, o “proletariado”. A riqueza e tecnologia criada pelo capitalismo tornaram possível a verdadeira libertação da humanidade cuja liberdade seria dos constrangimentos impostos pela natureza e pela escassez. Marx insistiu que o capitalismo foi o maior processo destabilizador pela sua rápida transformação, no modo pela qual as coisas foram feitas e consumidas fazendo com que as formas tradicionais de pensar fossem irrelevantes. Então, aqueles que possuíam os meios de produção – capitalistas ou burguesia – eram o problema; e aqueles que não tinham nada a ganhar com o capitalismo – o “proletariado” – eram a solução. A solução consistia em fazer com que os trabalhadores vissem que não tinham nada a ganhar com o Capitalismo. O Comunismo viria quando as elites governantes existentes perdessem a legitimação que vinha da tradição, religião e identidade nacional. Então, eliminando o capitalismo, eles estariam a elevar a humanidade a um nível mais alto de organização social, os seus interesses eram os da humanidade. O Egoísmo só era legítimo para o proletariado como classe, porque o seu interesse era o interesse geral.

O resultado

A revolução não aconteceu nas instituições capitalistas bem estabelecidas, como o Marx tinha imaginado, mas sim nos efeitos sociais e demográficos aquando da primeira implementação do Capitalismo. Mesmo aqui a revolução só teve sucesso quando a estrutura política estava debilitada pela guerra externa ou quando já havia uma estrutura controlada por revolucionários capazes de usar as oportunidades criadas. A pressão para as medidas do governo para melhorar as condições de vida do proletariado veio de um senso de obrigação moral das classes mais ricas e educadas e não daquelas classes inspiradas pela consciência social através de religião. Marx encorajou o crescimento dos sindicatos que serviam para preparar o proletariado para a subversão do capitalismo. Contudo, falhou quando considerou que os sindicatos iriam melhorar as condições de trabalho e o padrão de vida.

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