domingo, 11 de janeiro de 2009

Karl Marx: Breve Resenha ( Parte I de II)

Karl Heinrich Marx nasceu em Trier, na Alemanha, a 5 de Maio de 1818 e morreu, em Londres, a 14 de Março de 1883. Foi um intelectual alemão, economista, sendo considerado um dos fundadores da Sociologia. Também é possível encontrar a influência de Marx em várias outras áreas, tais como Filosofia e História. Participou intelectualmente na revolução do movimento operário.
É com Karl Marx e Frederich Engels que o termo capitalismo ganha popularidade. Adam Smith utilizava este termo como “Sociedade Comercial” e Hegel como “Sociedade Civil”. Contudo, muito dos pensadores que estavam mais inclinados para estas sociedades criticavam o uso do termo “capitalismo” como sendo fundamentalmente depreciativo. O Marxismo, actualmente, é bastante atractivo para a análise e crítica ao mercado pois, desde sempre, o Marxismo exerceu um duplo apelo. O primeiro era, fundamentalmente, em condolência por um “proletariado” industrial empobrecido, forçado à privação material em que para Marx, essa pobreza, era um resultado inegável do mercado, o segundo apelo focava-se sobre as críticas culturais do capitalismo. Marx tinha aversão à competição do mercado formulando, assim, pensamentos que estavam em conflito com as suposições fundamentais do Iluminismo sobre as consequências positivas e não intencionais da actividade humana e da legitimidade do egoísmo. Marx reformou a estigmatização tradicional de fazer dinheiro e renovou a antiga desconfiança contra aqueles que usavam o dinheiro para ganhar mais dinheiro, isto é, Marx encarava o Capitalismo como “exploração” afirmando assim que o dinheiro era improdutivo e que os que não trabalhavam só lhes interessava o lucro. Daí a ideia de Capitalismo como “alienação”, onde Marx expressava que a satisfação individual na sociedade moderna era sacrificada por forças que ninguém controlava.


Os Problemas

Para Marx, a cultura ideal reflectia-se numa nova concepção de auto-valor, na qual o respeito derivava menos da posição social herdada e da religião mas no cultivo de uma individualidade multifacetada, expressa na filosofia, literatura, teatro, música e nas artes visuais. Marx tornou-se jornalista e editor de um jornal político que defendia os interesses da classe média e empresários; atacou a política reaccionária que apontava para uma recristianização e para um Estado paternalista. A sua perspectiva era claramente Hegeliana, pois afirmava que o Estado devia dar liberdades jurídicas, morais e políticas para cada cidadão e este deveria obedecer às leis do Estado.


A Questão Social

Em 1820, as migrações aumentaram e Hegel apontava a pobreza como o problema que se vivia. A pobreza tornou-se, assim, no foco da preocupação pública, originando grandes perturbações que poderiam originar uma revolução. Otto Von Bismark afirmou que “as fábricas enriqueciam os indivíduos mas, estas, criavam um volume de proletários mal nutridos que em virtude da insegurança da sua existência tornavam-se uma ameaça para o Estado”. Com o aumento da pobreza e com o lento crescimento da indústria, a agricultura tinha-se tornado muito produtiva. Assim, e embora a pobreza estivesse a crescer, o total da soma da riqueza crescia também.


De “Hegelismo” para o Comunismo

Hegel tinha reivindicado que o Estado moderno poderia satisfazer o desejo do indivíduo para procurar interesses particulares e ainda lhe proporcionar um senso de participação no Estado através de instituições representativas. Contudo, para Hegel era só a administração civil, "a propriedade universal", servia o bem comum. No entanto, Marx viu que os proprietários das terras, que dominavam a assembleia representativa, queriam dominar injustamente a lei que apoiava as reivindicações dos pobres. Os proprietários não pensavam nos termos universais mas apenas no próprio proveito. Marx descobriu, então, que a burocracia do Estado não funcionava em nome do interesse universal, uma vez que o Governo protegia os seus próprios interesses (exemplo: uso da censura) e usava o seu poder para promover interesses económicos aos grupos que estavam nele representados esquecendo o bem-estar (que não era representado).


A crítica de Engel à economia política

A essência da crítica de Engel à economia política era simples: O capitalismo foi construído com base na avareza e no egoísmo. Se a principal manobra dos pensadores Iluministas como Smith era chamar à atenção do potencial benefício social que previamente tinha sido estigmatizada como “ganância e orgulho”; o contra argumento por parte dos críticos socialistas como Engels era voltar a estigmatizar o interesse próprio como ganância. Contudo, Engels admitiu que Smith poderia estar certo acerca do aspecto humanitário do comércio que poderia provocar relações mais suaves entre os indivíduos; poderia diminuir a guerra entre as nações. Para Engels, o comércio estava condenado pela impureza da motivação e o problema do Capitalismo era a sua base na competição que isolava as pessoas e colocava-as em guerra com o vizinho, as classes médias desapareceriam até que o mundo ficaria dividido entre "milionários e pobres”. Então, Engels afirma que “a comunidade terá que calcular o que pode produzir com os meios à sua disposição”; e conforme a relação deste poder produtivo para os consumidores determinar-se-á se deve aumentar ou baixar a produção.
Marx combinou a sua crítica moral ao capitalismo com o tradicional anti-judaísmo, não para sustentar um anti-semitismo mas para denegrir a moral da sociedade burguesa. Para os conservadores, a ligação entre o Estado e o Cristianismo era indissolúvel: o estado ajudava a preservar a fé e a religião ajudava a legitimar o Governo. O ponto de partida teórico das aproximações liberais para o estatuto dos Judeus era a premissa para que o Estado Moderno deveria ser neutro nas questões religiosas, como dizia Hegel em "Philoophy of Right", o Estado moderno encarna uma compreensão de liberdade individual que é uma protuberância do Protestantismo histórico.
O argumento de Marx era bastante claro: todas as avaliações morais negativas que os cristãos tradicionais e os pós-cristãos modernos como Voltaire e Bauer aplicavam aos judeus deveriam ser aplicadas na realidade à sociedade capitalista. Marx afirmava que o sistema da indústria e troca de propriedade e exploração das pessoas rompia com a sociedade actual.
No confronto com capital e trabalho, Marx ressuscitou a crítica tradicional da “usura” e uniu-a à crítica Romântica da divisão do trabalho – efeito que chamou de “trabalho alienado”. Para Marx, o trabalho era humano quando se cingia a um acto de auto-expressão. O Trabalho "não só se tornaria um dos meios da vida mas o desejo principal da vida" e o crescimento e organização eficiente dos meios de produção tornariam possível "o desenvolvimento geral do indivíduo”.

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